
Novo limite de faturamento do MEI: confira o valor proposto
O regime do Microempreendedor Individual (MEI) tem sido um pilar importante para fomentar o empreendedorismo no Brasil, oferecendo simplicidade na formalização e tributos reduzidos. Com o crescente número de brasileiros aderindo a esse formato, o limite de faturamento anual, atualmente fixado em R$ 81 mil, tornou-se alvo de discussão e propostas de alteração no Congresso Nacional.
Um novo projeto de lei em tramitação cogita aumentar significativamente o limite de faturamento do MEI, ampliando as oportunidades para pequenos empreendedores e, ao mesmo tempo, permitindo maior flexibilidade para o crescimento dos negócios sem que precisem migrar para outros regimes empresariais.
Por que o aumento no limite de faturamento é necessário?

O atual limite de R$ 81 mil anuais, estabelecido em 2018, já não reflete a realidade de muitos microempreendedores. Com a inflação e o aumento natural nos preços de produtos e serviços, muitos MEIs atingem o teto de faturamento sem, necessariamente, expandirem de maneira substancial seus negócios.
A necessidade de migrar para regimes tributários mais complexos, como o Simples Nacional, acaba desmotivando muitos empreendedores. Esse processo aumenta a carga tributária e burocrática, resultando em dificuldades operacionais. O novo limite proposto pelo Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/21 visa corrigir essa situação, elevando o teto de faturamento anual para R$ 144.913,41.
Como a mudança pode beneficiar os empreendedores?
O aumento do limite de faturamento trará uma série de vantagens tanto para os MEIs quanto para o desenvolvimento econômico do Brasil:
- Flexibilidade de crescimento: Com a nova proposta, os microempreendedores terão mais espaço para expandir seus negócios sem a necessidade imediata de migrar para outras categorias. Isso permitirá uma adaptação mais gradual ao crescimento, evitando a pressão para mudar o regime de tributação.
- Manutenção da simplicidade: O regime MEI é conhecido pela sua burocracia reduzida. Mesmo com o aumento no faturamento, o projeto mantém essa simplicidade, evitando que os empreendedores tenham que lidar com processos administrativos mais complicados.
- Incentivo ao empreendedorismo: O novo teto de faturamento pode atrair novos empreendedores, oferecendo um ambiente mais favorável para aqueles que desejam formalizar seus negócios sem o receio de enfrentar, de imediato, as complexidades de regimes mais avançados.
Quais são os impactos do novo limite de faturamento do MEI para a economia?
Ao permitir que mais microempresas permaneçam no regime MEI, o governo cria um cenário que favorece a geração de empregos e o aumento do consumo. O impacto no crescimento econômico será significativo, uma vez que pequenas empresas conseguem reagir rapidamente a mudanças no mercado, gerando empregos de forma ágil e impulsionando o comércio local.
Além disso, a medida ajuda a reduzir a informalidade. Muitos empreendedores evitam formalizar suas atividades devido ao receio de ultrapassarem o limite atual e serem obrigados a se enquadrar em regimes mais complexos. Com o aumento do teto, a expectativa é que mais negócios optem pela formalização, contribuindo para o aumento da arrecadação e melhorando o acesso a benefícios sociais, como aposentadoria e auxílio-doença.
As diferenças entre o regime atual e a proposta
A seguir, listamos algumas das principais diferenças entre o regime MEI atual e as mudanças previstas no projeto de lei:

Como o aumento do limite beneficia diferentes setores?
O aumento do limite proposto beneficia diversos setores econômicos, especialmente aqueles que possuem uma alta rotatividade de produtos ou serviços, como os segmentos de comércio e alimentação.
- Comércio de produtos: Pequenos lojistas, que frequentemente precisam lidar com variações sazonais nas vendas, serão capazes de manter suas operações dentro do MEI por mais tempo, mesmo durante os picos de vendas.
- Prestação de serviços: Profissionais como eletricistas, encanadores e designers gráficos, que sofrem muitas vezes com as flutuações de demanda, poderão aceitar mais contratos sem preocupação em ultrapassar o limite e serem forçados a migrar para um regime mais complexo.
Desafios e próximos passos

Embora a proposta seja vista com bons olhos por empreendedores e entidades representativas do setor, ela ainda precisa superar algumas etapas no Congresso Nacional. As discussões acerca do impacto fiscal e das possíveis consequências para a arrecadação federal podem atrasar a sua aprovação.
O PLP 108/21 ainda precisa ser votado nas comissões responsáveis e, posteriormente, aprovado nas duas casas legislativas. Caso aprovado, será encaminhado para sanção presidencial, com a expectativa de que entre em vigor em 2024.
Considerações finais
O aumento do limite de faturamento do MEI é um marco importante para o fortalecimento do microempreendedorismo no Brasil. Ao permitir que mais empresários se mantenham nesse regime simplificado, o governo cria condições para que pequenos negócios cresçam de maneira sustentável, sem o peso de uma carga tributária excessiva.
Essa mudança, se aprovada, pode representar um novo fôlego para milhões de brasileiros que dependem do regime MEI para se sustentar e sustentar suas famílias, promovendo o desenvolvimento econômico e social do país.