
Maior vazamento da história do Pix: veja os riscos e o que fazer
Entre os dias 20 e 21 de julho, foi registrado no Brasil o maior vazamento de dados da história do Pix. Foram expostos 11 milhões de CPFs e 47 milhões de chaves através do Sisbajud (Sistema de Busca de Ativos Financeiros do Judiciário), ferramenta utilizada pelo Poder Judiciário para rastrear ativos financeiros de pessoas envolvidas em processos judiciais.
As informações foram divulgadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Banco Central na quinta-feira (24). Caso esses dados sejam utilizados por terceiros, há possibilidade de ocorrência de golpes ou fraudes.
Riscos de fraudes
O CNJ declarou que não houve exposição de dados protegidos por sigilo bancário como saldos, senhas ou extratos. No entanto, especialistas em segurança digital observam que ainda existem riscos relevantes.
Possibilidade de empréstimos utilizando os dados
Não é possível obter um empréstimo apenas com o CPF comprometido e transferir valores para contas vinculadas a outro CPF. No entanto, segundo Carlos Sampaio, especialista em Segurança Cibernética e da Informação, pode haver abertura de contas fraudulentas utilizando CPFs vazados, possibilitando a contratação de empréstimos.
"Mesmo sem informações sensíveis, dados como CPF, e-mail e telefone podem ser utilizados em tentativas de fraude mais sofisticadas, permitindo ataques personalizados", afirma Sampaio.
Formas de consultar se os dados foram usados
Para verificar aberturas de contas ou cartões associadas ao CPF, é possível acessar o site Registrato, serviço gratuito do Banco Central. O encerramento de contas ou contestação de vínculos pode ser solicitado diretamente nessa plataforma. Também é possível buscar informações sobre movimentações financeiras suspeitas em serviços como Serasa. É recomendável atenção a mensagens ou ligações solicitando confirmação de dados pessoais.
Cancelamento ou alteração de chave Pix
Há a opção de excluir uma chave Pix e registrar outra, inclusive uma chave aleatória, via aplicativo do banco ou instituição financeira. Essa medida pode dificultar o uso não autorizado das informações.
A partir de dezembro deste ano, o Registrato passará a oferecer a possibilidade de bloquear o CPF para impedir novas aberturas de contas bancárias. O desbloqueio poderá ser solicitado no próprio sistema.
Procedimentos recomendados
- Verifique aberturas de contas em seu nome no Registrato.
- Considere ativar o bloqueio de abertura de contas pelo Registrato.
- Avalie a troca das chaves Pix por versões aleatórias.
- Mantenha cautela com solicitações via mensagem, ligação ou e-mail envolvendo seus dados pessoais.
- Cadastre-se em serviços de alerta de crédito, como Serasa ou Boa Vista.